Pandemia: 75% das empresas criaram apoio psicológico para funcionários

Com a instalação da pandemia causada pelo novo coronavírus, muitas empresas precisaram se adaptar para continuar mantendo as atividades profissionais de maneira segura para suas equipes.

Mas a saúde física dos colaboradores não é a única preocupação das corporações atualmente. Com tantas mudanças no comportamento e rotina das pessoas, além do medo de se infectar e a preocupação com seus ente queridos, a saúde mental dos trabalhadores também precisa ser considerada como consequência do momento.

Isso porque, o luto da perda de conhecidos, o isolamento social, a crise economia e a incerteza do futuro, impactaram significativamente diversas pessoas pelo mundo, causando preocupações dos especialistas e, consequentemente, dos empresários que podem ser afetados com afastamentos por saúde ou queda na produtividade.

Em maio, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, já havia alertado sobre esse problema iminente e, segundo a pesquisa Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19, divulgada recentemente pela Fundação Instituto de Administração (FIA)., as empresas reagiram: 75% desenvolveram ações de apoio psicológico aos funcionários.

Mesmo as empresas que já tinham uma estrutura de suporte estabelecida viu a demanda crescer nos últimos meses. “Nós tivemos que intensificar nosso serviço e incluir atendimento online”, conta Adriana Mansueto, gerente técnica de desenvolvimento humano de uma companhia siderúrgica.

Apoio psicológico de gestores

A psicóloga especialista do Serviço Social da Indústria (SESI),Georgia Matos, e coordenadora do guia de saúde mental para empresas lançado pela entidade, diz que oferecer consultas terapêuticas é só parte da solução. Muitas vezes, o colaborador precisa ser ouvido por outro profissional: seu próprio chefe.

“Os gestores não estão preparados para lidar com problemas pessoais e agora estão precisando fazer isso”, afirma. “É essencial capacitá-los para criar um ambiente acolhedor, no qual as pessoas possam compartilhar suas dificuldades pessoais”.

Outra recomendação é incentivar funcionários a cuidar do bem-estar de maneira geral, com exercícios, boa alimentação e meditação.

Para a especialista, o apoio ao home office vai além de cadeira adequada. No guia oferecido pelo SESI, Georgia reforça também a necessidade de ferramentas e equipamentos adequados para que se trabalhar com segurança (para quem não pode ficar em casa) ou com eficiência e conforto (no caso dos que fazem home office).

Seja em casa, de volta ao escritório ou no trabalho externo, manter a motivação também é essencial.

“Estudos mostram que é preciso conectar as equipes ao propósito. Esse senso de propósito faz as pessoas ganharem uma resiliência muito grande”, afirma Dulce Brito, coordenadora médica de saúde populacional do Hospital Israelita Einstein e docente do curso “Saúde Mental nas Organizações em Tempos de Pandemia”.

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